terça-feira, 9 de junho de 2015

Kudos aos escritores

Rap battles entre princesas da cultura pop? Isto merece ser partilhado.

Cinderela vs Bela

Branca de Neve vs Elsa


Galadriel vs Leia





S.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Compasso cultural

Pronto, mas depois, por outro lado, temos coisas destas, expressões reconhecíveis instantaneamente:


No táxi de ontem



Nos Monkeys de sempre





S.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Note to self

Viva onde viver, vai-me sempre faltar qualquer coisa. Agora já é inevitável. Que eu me lembre disto nas próximas vezes que tiver que tomar decisões sobre o futuro. 

Tenho que levar cada vez menos a sério – ainda menos – isto de mudar de casa. É que isto será o prato do dia nos próximos anos, e nos a seguir também, provavelmente até onde consigo prever. Tratar de prever cada vez menos, portanto. Estou cada vez melhor nisso, mas a conclusão de que teria que voltar a mudar-me para Bruxelas não foi menos chocante por isso. Tinha posto na cabeça que me iria manter em Inglaterra nos próximos 5-10 anos. Não. Não, nada de planos a esse longo prazo. A nossa vida não é essa. Estabilidade residencial está sobrevalorizada, de qualquer forma. E Portugal acaba por figurar sempre pelo meio, de uma maneira ou de outra. 

Eu gosto muito de viver em Inglaterra por isso não sei de onde veio a alegria pura que me subiu por aqui acima enquanto o expresso me transportava do aeroporto de Charleroi para Bruxelas. Mas desconfio, porque no dia a seguir, ao voltar a ouvir francês nas ruas, alemão na mesa do lado no café, e uma míriade de outras línguas que compõem a colmeiazinha eurocrata, lembrei-me o quanto sentia falta de estar no centro das coisas. 

Foi mais ou menos este o sentimento a caminho de Bruxelas: emergir. 

“Estar no centro das coisas” é portanto um requisito importante na escolha das minhas casas, outra note to self. Resta saber o quanto ela vale e se consegue cobrir as desvantagens associadas a centros, como longos commutes, poluição, vida acelerada, confusão, casas caras. Por isso mesmo não sei se Inglaterra a todo o custo me vale. Adoro aquele país, sinto-me em casa e tenho uma familiaridade enorme com demasiados pontos culturais, com a língua – aquela versão da língua, e não outra – e amo que ali se fale o puro inglês, o inglês enraizado culturalmente, historicamente, academicamente, em vez dessa versão estandardizada, simplista e desenraizada que é o inglês internacional (tanto o de trabalho em centros internacionais como Bruxelas como o turístico em qualquer outro sítio com afluência de estrangeiros pernoitadores). 

Mas em Inglaterra não me sinto europeia, e a verdade é essa. Aquilo afinal não é bem Europa, não como isto aqui, em Bruxelas e arredores. Muito menos uma cidade regional como Sheffield, não importa quantos estudantes internacionais tenha (e tem muitos). Daí que mesmo em Inglaterra, o país que poderia mais reclamar como casa para o futuro, me fique a faltar qualquer coisa: a minha identidade europeia. 

Resumindo: estar no centro das coisas, sim, planos para além dos próximos seis meses, não, mudança de casa possível a qualquer momento, sim. Resta adaptar as minhas possessões materiais (a cada mudança menos, mas que ainda não cabem numa só mala) à leveza de passarinho que a alma já quase adquiriu.




S.