domingo, 12 de outubro de 2014

Verdura citadin... (qual citadina, qual quê!)

Hoje fiz a minha primeira corrida de reconhecimento em Sheffield. Caramba, que agora já senti na pele o que move os atletas de trilhos.
 
Não foi a primeira vez que corri pela cidade, nem que descobri novos sítios a correr aqui. Aliás, todas as novas zonas da cidade que descobri foram durante corridas. Sendo o centro de Sheffield bastante pequeno e tudo o resto zonas residenciais, falta-me pretextos para ir a essas novas zonas. A corrida é o melhor deles todos. Não foi assim a primeira vez que corri na nova terra mas foi a primeira vez que corri por sítios tão fora do nucleozinho central da nova terra.
 
Andava a sonhar com o passeio de hoje há vários meses, muito antes de me ter mudado para aqui. No Google Maps, Sheffield fica tentadoramente perto de uma mancha verde enorme que promete uma Inglaterra natural e paisagens de uma beleza incrível. Fica perto o suficiente para se poder pensar em visitar a tal mancha verde sem necessitar de transportes mas longe o suficiente para não compensar o tempo que se leva a ir até lá a pé. A não ser que se vá a pé mas um bocadinho mais depressa.
 


 
Foi a mancha verde que este verão me motivou a voltar a passar a marca dos 10 km na corrida. Quando conseguisse correr os 10 km já poderia ir tocar a mancha verde e voltar para trás.
 
E foi precisamente isso que fiz hoje.
 
Estudei muito bem o mapa, o caminho até às portas do Peak District e o caminho alternativo de volta - que se é para passear é para ver coisas o mais diferente possível. Estudei o nome das ruas onde tinha que cortar, a distância aproximada entre elas para saber quando as devia esperar (que seria contada pelo fiel Garmin), e lá saí de casa armada do telemóvel, chaves de casa e quatro libras caso precisasse de apanhar o autocarro de volta. O Street View do Google Maps serviu para ter uma ideia do que esperar em termos de paisagem, tipo de estradas e altimetria da coisa. Por isso já tinha ideia do que ia ver.


 
Não desapontou. O sol deu o ar da sua graça toda a manhã e eu pude apreciar o verde verdejante das colinas aqui da zona e o mais raro azul claro do céu limpo.

A primeira parte do trajeto foi feita pela Manchester Road, uma estrada bastante importante e comprida que liga Sheffield a Manchester atravessando todo o Peak District. Gosto da auto-evidência do nome.


Para lá...


... e para cá:




O ponto de retorno foram as barragens do Rivelin, uns enormes reservatórios de água já no parque que suspeito serem a fonte de abastecimento de água aqui da zona.


Assim que as avistei foi altura de voltar para trás, fazendo o caminho inverso por uma estrada mais ou menos paralela, que corre um bocadinho mais a norte do que a Manchester Road. Diz que era o vale do Rivelin e por isso foram uns bons quilómetros sempre a descer.
 
Cá está o rio Rivelin:


E uma vaca peluda:


Claro que se desceu vai ter que subir e eu estava preparada mentalmente para onde iria recuperar todos aqueles quilómetros fáceis: numa rua também ela de nome auto-evidente, a Hagg Hill.
 
Não sabia era que os iria recuperar tão rapidamente. Uma inclinação como nunca vi, impossível de a correr. Caminhá-la fez pior às minhas pernas do que os 10 km que já havia corrido até ali. Ou fez melhor, consoante a perspetiva.
 
Olhai a montanha-russa que foi o passeio domingueiro:


(Eu não sou trilheira portanto não estou habituada a gráficos como estes. Nem na nossa viagem de bicicleta consegui linhas de altimetria tão acentuadas, abençoado Sheffield.)
 
Mas uma vez chegada lá acima houve recompensa, e das grandes:






Rica vista, sim senhora.
 
Isto para dizer que, sim senhora, tendo este tipo de caminhos e paisagens para descobrir então está-se muito bem aqui.





S.



2 comentários:

  1. E vais ver a sensação espectacular que terás quando fizeres mesmo essa subida a correr ;)

    ResponderEliminar
  2. Isso já me parece muito pouco provável... Mas já aprendi que os "muito pouco prováveis" continuam a ser possíveis, por isso não digo nada.

    ResponderEliminar